A subcultura "pixação"

Para o pixador, a arte de pixar é como o fanático por futebol, a pessoa sente, respira, vive e transmite a pixação. Pixar não é só uma fonte de ganhar ibope dentre os pichadores, mas, sim uma maneira de mostrar pra sociedade moderna a indignação da periferia, a indignação do moleque que cresceu em meio a uma comunidade e viu muita violência, não só dos moradores, mas também da própria sociedade com relação a periferia, um moleque que cresceu em meio ao tráfico de drogas, pessoas mortas e tudo que uma criança não deve conhecer.
A sensação de liberdade, a adrenalina e o simples cheiro da tinta no ar é um agregado de significados ocultos e incompreendidos por aquele que não conhece, não vive e por isso,não sente o que a pixação transmite.


O círculo vivido se intensifica através de festas e reuniões promovidas por pichadores onde o único intuito é fazer amizades. E quem sabe, até conhecer aquele pichador famoso de outra quebrada, que você nunca viu pessoalmente, porém já viu milhares de rabiscos dele por ai, troca de figurinhas, troca de ideias, troca de conhecimento, desde como sair de uma abordagem policial até como escalar o mais alto prédio do centro de São Paulo.
Esse submundo é muito maior do que a maioria da população imagina e diferente de do que todos veem, não pichamos apenas para deixar nossa marca, pichamos para mostrar que não estamos satisfeitos, que mesmo estando excluídos estamos vivos. Você pode não nos ver, mais a cada dia que se passa, lá se vão centenas de pichadores para as ruas para deixar sua marca, sua revolta, sua indignação, seu sentimento de desigualdade.

 

“O pixo é a retomada da cidade por parte dos excluídos” (CRIPTA DJAN)




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