O Pixo como forma de Arte

   Não podemos deixar de mencionar a força e essência deste 

movimento que deu voz a cidadãos na época da ditadura e que dá voz até hoje a aqueles que são deixados de lado. A raiz e todo nosso movimento é e sempre será a inquietude da nossa mente






Na época da ditadura militar a censura do governo era predominante em quase todos os setores da sociedade, e a liberdade de expressão  simplesmente não  existia. Mas, junto dessa época foi surgindo como uma contracultura, nosso movimento: O Pixo.  A manifestação nos muros e paredes das cidades era feita sempre escondida, normalmente durante a noite ou em áreas mais isoladas da cidade pois era considerada vandalismo, como atualmente.

A arte da pichação no Brasil teve inicio durante a ditadura militar como uma reação ao governo,assim como outros manifestos surgidos na mesma década. Jovens revolucionários iam contra as ideias e regras impostas pelos militares da época e utilizavam tinta para pichar frases contra os ditadores, em uma tentativa de cativar mais simpatizantes para a causa e também mostrar a indignação com o governo da época.

(pichações no centro do rio de janeiro, 1979 – Arquivo Nacional)

A pichação sempre tem tomado conta de debates artísticos que tendem a julgar a expressão como um ato de vandalismo e não uma manifestação artística pessoal. Para entender a arte e a beleza da pichação, é necessário compreender que estamos tratando de uma subcultura da nossa sociedade “moderna”.

Dentro da sociedade democrática que vivemos temos uma população que acaba se subdividindo em grupos, grupos estes de proporções menores que possuem uma cultura própria; Se identificam, curtem coisas parecidas, fazem coisas parecidas, e por ai vai, e é por esse motivo que as opiniões sobre este movimento são sempre diferentes. Apesar destes diversos grupos aceitarem aspectos da sociedade dominantes, eles possuem sentimentos, crenças e valores próprios e tendem a se relacionar isoladamente da maioria.

Mas independente de nossos grupos devemos reconhecer que o pixo tem sua essência e também a sua história, não deixa de ser um movimento cultural.

Esta prática também se relaciona com a reação dos que sofrem preconceito,como uma forma de dar voz a si como cidadãos, e, seu pensar, assim como foi em seu surgimento. Atualmente os grupos praticantes do pixo vivem, em sua maioria, nas periferias e nos centros mais pobres da cidade.

 Essa cultura sofre constantes críticas e é o foco do debate sobre arte de rua moderna, já que muitos críticos classificam o ato apenas como vandalismo, sem algum valor cultural. Quem pratica ou defende a arte sabe que não é bem assim; A pichação faz parte da cultura urbana e é constante -tenho certeza- na sua caminhada. 

A critica à pichação foi documentada por João Wainer que retratou o dia-dia e as aventuras noturnas de pichadores na cidade de São Paulo em sua produção “Pixo”. Em entrevista, Wainer disse que sentiu necessidade de retratar a manifestação de centenas de jovens que buscam deixar sua marca de tinta na selva de pedra que é São Paulo.

Durante o filme são relatados diferentes motivos e inspirações que levam tantos jovens a “rabiscar” suas cidades. A pesquisa de campo ainda busca enfatizar a diferença entre pichação e grafite e os impactos causados por cada um.

O documentário está disponível no nosso canal do Youtube, dá uma olhadinha no preview aqui abaixo: 




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