O Pixo nas mídias
Um fenômeno que incomoda muitas pessoas, inclusive as autoridades públicas, por se apresentar com uma expressão de estética marginal e ilegível para a maioria.
“O pixo nas quebradas, não é depredação, é decoração e a identidade estética de um povo nativo. Já no centrão o pixo é destruição, usocapião, (re) apropriação feita pelo povo excluído. A cidade não foi feita para a pixação, porém, o pixo faz uso daquilo que é devido, por parte do indivíduo, aquele que é visto como inimigo.”
Djan nesse parágrafo,quis mostrar que ainda os pichadores (minoria) são vistos na sociedade (maioria) como inimigos. Ele tem mais de 10 mil seguidores em sua página, mas esse números continuam sento a minoria perante a sociedade. E o nosso maior desafio é mostrar a essência desse movimento, é muito mais que uma manifestação de seres, e sim, uma manifestação de classes que tem uma essência política.
Os adolescentes nessa fase de formação de identidade, passaram a reconhecer e utilizar destas ferramentas, e quando olhamos nas paredes e muros, vemos um grito provocativo da margem, uma forma de protesto ou uma comunicação urbana e não podemos esquecer também do objetivo de ser um ato transgressor.
Marcia Tiburi, jornalista da UOL, trata exatamente no “x da questão” que é essa necessidade de muros brancos e lisos de uma sociedade democrática, ela aborda também que essa forma de expressão vista como um “demônio” pode ser sim uma gramática e que requer a compreensão de todos.
Mais um exemplo do pixo nas mídias é o de João Neves, uma das maiores referencias do teatro brasileiro, em uma exposição em sua homenagem, pixa a parede como uma forma de defesa aos pichadores. Isso nos trás duvidas sobre todo esse processo de aceitação.
Uma dica final é sobre o livro Pixação: A arte em cima do muro de Luiz Henrrique Pereira Nascimento, filósofo, ativista, professor e artista que pesquisou durante três anos esse universo. Existe muitos exemplos que poderíamos citar aqui, e nossa intenção não é fazer com que a sociedade aceite, ou influenciar o ato, mas sim mostrar um pouquinho da histórias e dos acontecimentos que quase não são divulgados.
Imagem retirada do livro Pixação: A arte em cima do muro
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